Enquanto isso...
Reajuste para coronéis (Jornal O Dia, Editoria Brasil)
Gratificação para 15 oficiais da PM teve aumento de 223% em junho. Estado afirma que se trata de equiparação a subsecretários
Rio - Quinze coronéis da Polícia Militar receberam, em junho, reajuste na gratificação de cargos especiais, que passou de R$ 2.320 para R$ 7.500, um aumento de 223%. O governo informou que o aumento era previsto e se trata de uma equiparação ao valor do benefício recebido por servidores em mesmo nível hierárquico de outros órgãos no estado. A contar de junho, quando foi aprovada, até o fim do ano, a alteração vai representar para os cofres públicos um acréscimo de mais meio milhão.
O reajuste vai beneficiar a cúpula da PM — o comandante-geral, o chefe do Estado Maior, os diretores gerais e os chefes dos Comandos de Policiamento de Área (CPA) — e foi aprovado após estudo de impacto na folha de pagamento feito pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG). A medida está causando polêmica porque contraria as reivindicações dos servidores de outras categorias, que, ano passado, receberam, em média, 4% de reajuste nos salários.
O cálculo da gratificação é feito tendo como base o soldo dos oficiais. Com o reforço na gratificação, o posto de comandante-geral passa a ter remuneração de cerca de R$ 15 mil, sem contar eventuais atos de bravura que tenha tido ao longo da carreira. O salário anterior ao aumento era de R$ 10 mil. Com isso, o salário do comandante, que equivalia a 25 soldados em início de carreira, agora passa a valer 40 soldados.
Apesar de alguns deputados afirmarem que vão tentar impedir o aumento, todo o trâmite é interno e depende apenas de solicitação da PM, que encaminha o documento para a Secretaria de Segurança Pública, que repassa para a SEPLAG.
Ubiratan Recusou Acréscimo
O reajuste na gratificação da cúpula da PM poderia ter acontecido no ano passado, quando esse benefício dos secretários de governo foi alterado de cerca de R$ 3 mil para R$ 8.400. No entanto, na ocasião, o então comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, não iniciou nenhum processo interno para o aumento, porque tentava primeiro alterar os soldos dos praças.
A recusa de Ubiratan em tratar o assunto como prioridade teria causado mal-estar no Palácio Guanabara. O clima já estava ruim porque o gabinete militar solicitara ao comandante - geral 17 policiais-motociclistas. O pedido foi recusado.
Abaixo alguns depoimentos extraídos do Blog Casos de Polícia e Segurança do Extra On Line. Algumas pessoas preferiram se identificar através de apelidos:
“Os coronéis Barbonos, quando iniciaram seu movimento, lutavam contra isso. Pleiteavam um aumento de salário digno para toda a tropa. E para quê? Para que chegássemos a este ponto: o benefício de meia dúzia em detrimento de uma grande maioria de quase 40 mil. Essa é a política. Essa é a polícia? Esse é o jeito de comandar?”
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