terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Desaparecidos: onde estão os nossos mortos?












O ESTADO DE SÃO PAULO


Manifestantes cariocas ameaçam denunciar Cabral à ONU.


Governador do Rio disse que não gosta de 'protestinho' e sim de 'gente que arregaça as mangas e trabalha'


Pedro Dantas - O Estado de S.Paulo

Fábio Motta / AE


Manequins simbolizaram vítimas da violência no Rio.


RIO - Na véspera dos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, a Organização Não Governamental Rio de Paz ameaçou denunciar o governador do Rio, Sergio Cabral, à Organização das Nações Unidas (ONU).


"Se o governo estadual não apresentar um plano de redução das mortes violentas até fevereiro, vamos fincar cruzes em frente à sede da ONU, em Nova York, e denunciá-lo", disse o diretor do Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.


Nesta terça-feira, 9, em protesto contra os nove mil desaparecimentos durante a gestão Cabral, a ONG reproduziu nas areias da Praia de Copacabana os métodos de execuções usados por traficantes e milícias nas favelas cariocas.


Presos a pneus, os militantes lembravam as vítimas do tráfico de drogas cujos corpos são queimados no método apelidado de "microondas". Os cemitérios clandestinos dos grupos paramilitares foram representados com manequins em valas abertas na areia.


Os ativistas anunciaram que no sábado vão espalhar 16 mil cocos pelas areias de Copacabana representando os crânios das vítimas de mortes violentas e desaparecimentos que a ONG projeta nos últimos dois anos.


"Estes números não são de um país, mas de uma cidade e durante o um regime democrático", observou o comerciante francês Pierre Equinet, de 51 anos, voluntário do Rio de Paz, que ficou três horas sob o sol forte dentro do "microondas" para protestar.


Ao ser informado do protesto, o governador do Rio, Sérgio Cabral, criticou os militantes durante uma visita ao Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, que permanece ocupado pela polícia. "Eu não gosto de oba-oba e desse negócio de protestinho. Chama o Rio de Paz para vir trabalhar aqui. Gosto de gente que arregaça as mangas e trabalha", declarou o governador.


O impacto visual dos cenários das execuções impressionou os turistas e os cariocas. "Na Venezuela, há a questão dos desaparecidos políticos durante a ditadura, mas os números daqui são impressionantes. A diferença é que no meu país os corpos dos desaparecidos estão sendo encontrados", disse a engenheira Waleska Izquierdo, de 28 anos.


Nascido e criado no Morro do Chapadão, na Pavuna, zona norte, o estudante de Direito Michel Carolino, de 22, disse que as execuções são comuns nas favelas. "Nos dias de hoje, infelizmente, as pessoas nas comunidades acham estas mortes normais e a sociedade do asfalto também não se importa, porque ninguém faz nada", disse.


Fonte: http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid291307,0.htm




EL PAÍS


"¿Dónde están nuestros muertos?"


Una ONG denuncia en la playa de Copacabana la desaparición, en sólo dos años, de más de 9.000 personas en los suburbios de Río de Janeiro


EFE - Río de Janeiro - 10/12/2008.


Una ONG ha denunciado este martes, con una fosa cavada en la playa de Copacabana, la desaparición de más de 9.000 personas en los suburbios y barrios más pobres de Río de Janeiro desde enero de 2007.


A esta especie de "fosa común" se han arrojado maniquís pintados de sangre en alusión a las víctimas que el narcotráfico causa en esta ciudad brasileña.


"¿Dónde están nuestros muertos?", rezaba una pancarta de los activistas desplegada en la famosa playa. Alrededor, varias personas simbolizaban metidas en neumáticos el modo utilizado por los criminales para quemar vivas a sus víctimas, un método conocido coloquialmente como el "microondas".


El presidente de la ONG organizadora, Antonio Carlos Costa, ha señalado que en los últimos años la ciudad ha sufrido "un crecimiento acelerado del número de desaparecidos", pero "no hay una movilización social eficiente contra la violencia".


"Quien muere hoy es gente pobre, que no va a la escuela", ha explicado Costa al portal online del diario O Globo, y ha argumentado que "si la clase media sufriese la violencia en la misma proporción, en Río de Janeiro ya habría parado".


Ha denunciado además que "no existen estudios para contabilizar la cifra de desaparecidos, ni lo qué ocurre con ellos" por lo que Río de Paz pondrá en marcha el próximo año una investigación para conocer las causas y el número de personas desaparecidas.


Fonte: http://www.elpais.com/articulo/internacional/estan/muertos/elpepuint/20081210elpepuint_3/Tes


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