sábado, 25 de outubro de 2008

Gabeira 43: A Esperança Voltou.



Texto 1: Rio de Janeiro - Paes, o novo subversivo.

Por Ricardo Noblat.

Dia sim, dia não, a Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro apreende em comitês do candidato Eduardo Paes (PMDB) material apócrifo produzido contra o candidato Fernando Gabeira (PV).

São faixas e panfletos que estimulam os baixos instintos das pessoas. Servem para incutir nelas o preconceito contra Gabeira, acusado de ser ateu, usuário de drogas, homossexual e candidato dos ricos.

Como se comporta Paes nessas ocasiões? Jura de pés juntos que nada tem a ver com faixas e panfletos. E também se diz vítima de panfletos.

Até agora, a Justiça Eleitoral não apreendeu um único panfleto contra Paes - muito menos em comitês de campanha de Gabeira. E sabe por que?

Porque a campanha de Gabeira não tem comitês. Nem dinheiro para confeccionar material de propaganda. Nem cabos eleitorais contratados para distribuí-lo. De resto, o candidato deplora o jogo sujo.

É isso o que ele tem dito. E não se tem notícia por enquanto que proceda de maneira diferente.

Jornalistas da Folha de S. Paulo flagraram, ontem, partidários de Paes na Zona Oeste apedrejando carros da pequena carreata promovida por Gabeira. Não, não foi um ato de vandalismo espontâneo. Foi estimulado por um dos chefes da campanha de Paes na Zona Oeste.

O que ninguém sabe e eu conto agora: as duas filhas de Gabeira, ambas na faixa dos 20 anos, começaram a serem seguidas por gente estranha.

Foram então aconselhadas por oficiais do BOPE a ficar em casa até o fim da eleição. Oficiais do BOPE se ofereceram para cuidar da segurança delas.

Paes parece levar ao pé da letra uma antiga lição de Agamenon Magalhães, ex-interventor e ex-governador de Pernambuco na metade do século passado: "Feio é perder". Paes está empenhado em ganhar a qualquer preço.

No país onde torcedor cobra a vitória do seu time nem que seja com gol impedido feito de mão depois dos 45 minutos do segundo tempo, a vitória justifica os meios e apaga qualquer traço de ilegitimidade.

Gabeira tentou subverter a ordem no passado quando lutou contra a ditadura, seqüestrou embaixador, foi obrigado a se exilar e reapareceu de tanga de crochê.

O subversivo no presente é Paes, que ignora a lei, seqüestra o bom senso, posa de vítima e desfila por aí com cara de bom moço.

Fonte:

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=rio_de_janeiro_-_paes_novo_subversivo&cod_Post=134540&a=111

Texto 2: UTOPIA CARIOCA

Nelson Motta

RIO DE JANEIRO - Sempre que vejo na televisão a propaganda do TSE mandando a gente ficar de olho nos nossos eleitos, sinto um certo
constrangimento e uma sensação de ridículo institucional. Mas também um estranho orgulho e um vago sabor de superioridade: há várias eleições voto no deputado Fernando Gabeira e nunca me decepcionei com seus votos, atitudes e atuação política, mesmo quando, às vezes, discordo de seus pontos de vista. Sua
honestidade e inteligência são inquestionáveis.

É uma felicidade democrática ter alguém que realmente representa no Congresso o que você pensa e acredita. Isto também é quase ridículo, porque é uma exceção do que deveria ser a norma, como é em países civilizados. Mas fiquei ainda mais orgulhoso agora que ele impôs suas condições para ser o candidato da frente PV-PSDB-PPS à prefeitura do Rio de Janeiro.

Não pediu poderes ilimitados, nem caminhões de dinheiro, nem submissão dos partidos à sua vontade: exigiu uma campanha limpa, sem ataques pessoais, propositiva; divulgação pela Internet dos fundos e despesas da campanha, e o principal: caso eleito, que o secretariado seja escolhido por méritos e critérios profissionais e não partidários, sem o habitual loteamento como moeda de troca por apoio político. Ele não acha que só porque "todos" fazem errado ele deve fazer também. É quase uma utopia. Mas se é a realidade em países civilizados, por que não, um dia, no Brasil?

Conhecido por sua trajetória dedicada aos direitos humanos, à ecologia, saúde,educação e cultura, com reconhecida capacidade de diálogo democrático e
tolerância, sem concessões à ladroagem e a política – como – ela – é, o que ele propõe é o óbvio. Mas parece um sonho quase impossível.

O Rio de Janeiro merece esta esperança.

Veja também:

A Esperança Voltou.

http://wanderbymedeiros.blogspot.com/2008/10/esperana-voltou.html

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